Devastação na Mata Atlântica

No mundo, se fala sobre as belezas naturais do Brasil. De fato, a variedade climática e o predomínio das altas temperaturas e umidade favorecem a formação de uma biodiversidade maior. Infelizmente, essa grandeza se reflete ainda hoje em descaso. A imensidão das matas nativas tem sido diminuída, ano a ano, em prol de uma ocupação irresponsável. Hoje possuímos diversos mecanismos de controle e fiscalização sobre o avanço dessa atividade. Dentre os biomas brasileiros, a Mata Atlântica é aquele tem sido devastado há mais tempo.

Olhando o mapa da colonização e comparando com o mapa do domínio da Mata Atlântica, torna fácil perceber porque ela foi a mais sacrificada pelos séculos de avanço da ocupação econômica da colônia Brasileira. Se hoje a faixa litorânea do país é ocupada pelas principais cidades e indústrias, naquela época a pequena população não pressionava tanto a natureza, mas sim as extensas áreas de plantations.

Uma pessoa apaixonada pelos números e estatísticas como eu encontra uma grande dificuldade: o acesso a dados referentes ao período colonial, imperial, e até republicano sobre o desmatamento no Brasil. Apesar de ser uma preocupação de algumas personalidades brasileiras através dos tempos, a questão sobre a devastação só passou a ser acompanhada com frequência por órgãos oficiais recentemente, no século XX.

No entanto, pesquisando em artigos e documentos, descobri coisas interessantes e simbólicas. Por exemplo, o pau-brasil, origem do nome da colônia, se tornou raridade já em 1605, e a coroa portuguesa impôs limites ao corte dessa árvore. Os períodos da cana-de-açúcar, mineração e café favoreceram uma maior interiorização do desmatamento, envolvendo principalmente a queima como método.

Hoje, temos o INPE e a fundação SOS Mata Atlântica que fornecem dados precisos para nós. Precisos, mas alarmantes. Mesmo com uma série de legislações que obrigam as propriedades a preservarem suas áreas de mata nativa, em 2014, a taxa de desmatamento aumentou 9%. Há fragmentos desse bioma em 17 estados brasileiros, mas todos eles somados não alcançam nem 8% do que um dia existiu no país. Esse número dá a nossa Mata o triste título de “a mais devastada do Brasil”.

Muitos esforços também são realizados para que esse número não reduza ainda mais. Olhem só que interessante. Temos 320 Unidades de Conservação federais no país, que são áreas protegidas e preservadas por uma legislação própria. Desse total, 150 Unidades de Conservação existem em ambientes de Mata Atlântica. Quase metade! O fato da maior parte da população brasileira residir nessa área ajuda na maior participação da sociedade em movimentos de preservação hoje em dia.

Os números preocupam bastante, mas temos usá-los para nunca desistir. Não se pode abrir mão de mais nenhum espaço de vegetação nativa nessa região. Os números, agora oficiais, sempre estão disponíveis para embasar essa luta.

Até a próxima!

 

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Maximiliana “Maxi” Esploro

Sempre adorei entender o porquê das coisas, especialmente quando se tratava de uma realidade social. Por que existem países mais pobres do que outros? Por que as pessoas preferem viver em cidades do que no campo? Por que é tão importante o crescimento do PIB? São perguntas que eu fiz quando tinha 12 anos e esse comportamento só foi se intensificando com o tempo. Costumo passar 8 horas por dia pesquisando dados na internet, para compreender melhor o mundo. Gosto de fazer pesquisas off-line também. Promovo questionários na vizinhança, e até no meu núcleo familiar, para gerar informações e conhecimento com elas. Curso Economia e pretendo utilizar esses conhecimentos para criar uma nova “sabedoria”, que utilize os milhões de dados disponíveis ou captados para melhorar a compreensão e as tomadas de decisão, e, assim, melhorar a qualidade de vida das pessoas. Chamo isso de Estatística e Conhecimento. Vou aproveitar esse espaço aqui, no Galera Cult, para compartilhar várias descobertas que fiz nas minhas pesquisas.