Mãe, trabalhora, dona de casa: mulher

Ser uma mulher sempre representou algo diferente de ser homem no mundo. E não me refiro aos aspectos biológicos, mas aos aspectos sociais. No caso do Brasil, as mulheres estão em constante luta pela ampliação de seus direitos em uma sociedade em que ainda privilegia os homens. Por muito tempo, a participação feminina na sociedade brasileira esteve restrita aos muros internos de uma casa, sempre sob a tutela de alguma figura masculina: o pai, o marido, o filho primogênito. Assumir a função de “homem da casa” sempre representou assumir a proteção e o financiamento do lar. E as mulheres, restritas à manutenção da ordem do lar e os cuidados com os filhos. 

Os tempos foram mudando e a participação feminina também. Elas começaram a votar, a trabalhar e assumiram o papel de “homem” em muitas casas. Em muitos núcleos familiares, a mulher é quem assumiu a função de sustento financeiro do lar. Em muitos casos, as mulheres já assumiram o papel de “chefes de família”. Elas representam 87% dos lares sem cônjuge (esposo ou esposa) e com filhos. Para essas mulheres, a “dupla jornada” de cuidar da casa e filhos e trabalhar é uma necessidade. Em casos de divórcio, as mulheres que ficam com a guarda dos filhos ainda sofrem com a ausência física e financeira das figuras paternas. 

Nos lares onde o casal vive junto, a situação adquire outros contornos. Em 2001, apenas 3,4% das mulheres tinham um salário mais elevado que o do cônjuge do sexo masculino. Em 2011, o número aumentou para 18,4%. Será que é porque as mulheres ainda exercem funções que são menos remuneradas que os homens? Muitas vezes não. Segundo o IBGE, as mulheres ainda recebem, em média, 30% a menos que os homens realizando exatamente a mesma função. 

Esse problema fica cada vez mais evidente à medida que as mulheres participam cada vez mais do mercado de trabalho. Embora seja uma função intrínseca às mulheres a maternidade, a responsabilidade deve ser compartilhada. Hoje, 64% das mães brasileiras trabalham, mas ainda exercem mais a “dupla jornada” que seus maridos. Ainda há uma prática em delegar os filhos aos cuidados da mulher. Basta observarmos o número de revistas e reportagens sobre filhos que são voltadas exclusivamente ao público feminino. Não é raro observarmos essas situações no cotidiano. Isso é um contexto que leva à atribuição da redução da taxa de natalidade: a entrada na mulher no mercado de trabalho. 

Em ambientes de trabalho, muitas mulheres enfrentam desconfiança e resistências pela possibilidade de terem filhos ou pela possibilidade de “abandonarem” a carreira e se dedicarem à família, como se essa opção somente ficasse restrita a elas. 

Em uma casa, onde ambos os pais trabalham fora, sendo isso uma necessidade pelo aumento do custo de vida em cidades brasileiras, a criação dos filhos e o núcleo familiar ganham novos contextos. Em muitos casos, as dificuldades que se apresentam nas crianças e adolescentes que sofrem com a ausência dos pais é atribuída à ausência da mãe, uma vez que a ausência da figura paterna é algo visto como negativo, mas é mais aceito pela sociedade. Se a própria definição de família hoje já ganha novas composições fora do modelo tradicional, as responsabilidades também precisam ganhar novas “composições”.

Maximiliana “Maxi” Esploro

Sempre adorei entender o porquê das coisas, especialmente quando se tratava de uma realidade social. Por que existem países mais pobres do que outros? Por que as pessoas preferem viver em cidades do que no campo? Por que é tão importante o crescimento do PIB? São perguntas que eu fiz quando tinha 12 anos e esse comportamento só foi se intensificando com o tempo. Costumo passar 8 horas por dia pesquisando dados na internet, para compreender melhor o mundo. Gosto de fazer pesquisas off-line também. Promovo questionários na vizinhança, e até no meu núcleo familiar, para gerar informações e conhecimento com elas. Curso Economia e pretendo utilizar esses conhecimentos para criar uma nova “sabedoria”, que utilize os milhões de dados disponíveis ou captados para melhorar a compreensão e as tomadas de decisão, e, assim, melhorar a qualidade de vida das pessoas. Chamo isso de Estatística e Conhecimento. Vou aproveitar esse espaço aqui, no Galera Cult, para compartilhar várias descobertas que fiz nas minhas pesquisas.