Sabem quem é um dos meus melhores amigos? O livro. Não um livro em particular (apesar de ter os meus favoritos), mas tudo que ele representa. Não sou nenhuma antissocial, mas gosto de gastar meu tempo de lazer no prazer que a leitura traz para mim. Gosto um pouco de tudo, seja ficção, biografia, literários... Além de ser prazeroso, me ajuda muito a formar opiniões, estimula minha criatividade e enriquece meu vocabulário. Quer coisa melhor que isso? A livraria é a minha atual “loja de brinquedos”.
Mas eu vi um dado recente que me deixou desapontada. O Programa Internacional de Avaliação de Alunos, conhecido como PISA, mede alguns índices de educação em vários países. Entre os índices está a quantidade de leitura dos alunos. O Brasil ocupa a 55ª posição, atrás de países vizinhos como Uruguai e Chile. Quase metade (49,2%) dos alunos brasileiros não alcança o nível 2 de desempenho na avaliação que tem o nível 6 como teto. Isso significa que eles não são capazes de deduzir informações do texto, de estabelecer relações entre diferentes partes do texto e não conseguem compreender nuances da linguagem. Por que isso acontece? Um dos motivos é o fato dos brasileiros lerem poucos livros habitualmente.
Levando em conta os brasileiros, de forma geral, melhoramos um pouco. Em uma pesquisa feita pela NOP World, mostra que os brasileiros dedicam em média 5,2 horas semanais para leituras. Colocando o país na 27ª posição mundial. Porém, esse número inclui também a leitura de jornais e revistas. Se levarmos em consideração os livros em si, alcançamos uma média de 1,7 livro por ano. Por ano!!! É um numero muito baixo.
Um outro número me chamou a atenção recentemente nas notícias. A Islândia, ilha ao norte da Europa, saiu recentemente de um profundo estado de crise econômica com o apoio e inteligência da pequena população local de 320 mil habitantes. Eles fiscalizaram de perto o governo e votaram com bastante sabedoria nos representantes que fariam o país contornar esse obstáculo. Contornaram, e a Islândia voltou ao patamar anterior ao que estava durante a crise. O que isso tem a ver com a leitura? Bem, 1 em cada 10 islandeses é escritor. Isso mesmo, 10% da população escreve e publica obras. São empresários, agricultores, professores, engenheiros e médicos que também cultivam esse hábito. Se há tantos escritores, podemos pensar que o número de leitores é bem superior e igualmente louvável. Será que existe relação entre índice de leitura e participação política coerente? Eu acredito que sim.
A leitura é um hábito solitário. Na corrida vida moderna, todos estão sempre apressados, cansados e não conseguem tirar um tempo para estarem consigo mesmos. Sim, ler é estar consigo, é conversar consigo mesmo, tendo o autor como instrumento. É um momento de introspecção, cada vez mais raro nessa avalanche de tarefas do nosso dia a dia. Parece incrível, porém, que milhares de pessoas ainda não percebem na leitura um importante momento de relaxamento, concentração, além da vibração positiva e do desenvolvimento, tanto intelectual quanto emocional, que isso proporciona. Até a próxima! Bjokas!
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