Representantes nativos

Um dia desses, estava vendo uma reportagem sobre o dia do índio em uma escola de São Paulo. Eu já representei uma indígena no dia 19 de abril, quando era mais nova também. Mas me lembro que sempre nos referíamos aos indígenas como algo passado, que não existe mais. Os poucos que existiam moravam em lugares longes e estabeleciam contatos pacíficos com o “homem branco”. Foi assim que aprendi na escola. 
 
Agora que sou mais velha e tenho um mundo de informações ao meu alcance pela internet, descobri uma série de coisas novas sobre os indígenas brasileiros. Primeiro, vi que eles não são somente coisa do passado. Há ainda 896 mil indígenas no Brasil, segundo o censo de 2010. É claro que é bem menos do que já houve um dia, porque a gente precisa lembrar que habitavam o Brasil antes da invasão dos portugueses e foram perseguidos e afetados pelo domínio colonial. Muitas nações indígenas foram dizimadas. Ah! Aprendi outra coisa importante: apesar de encaixarmos todos como “grupos indígenas”, cada grupo pode representar uma identidade completamente diferente da outra, com símbolos e elementos culturais que, caso fossem países, seriam países diferentes.
 
Desses 896 mil, muitos não moram tão longe assim. Cerca de 320 mil indígenas residem em áreas urbanas, enquanto os outros 576 mil residem em áreas rurais. Mas o índio que vive na cidade ainda é índio? Sim. A identidade indígena é determinada por autodeclaração, ou seja, o próprio indivíduo se afirma como indígena ou não. Além disso, há a necessidade de responder a qual etnia/pertencimento o indivíduo representa. 
 
Com uma política que incentive a identidade e a memória indígena mais atuante, cada vez mais pessoas sentem orgulho de ser e se declaram como tal aos censos, com isso, o número de indígenas tem crescido no país. Eram 0,2% da população brasileira em 1991 e hoje são 0,44% da população total. Esse aumento reflete não só uma identificação maior, mas também um aumento da taxa de natalidade em comunidades indígenas, sobretudo aquelas que possuem suas reservas em terras devidamente homologadas (reconhecidas) pelo governo. 
 
Percebi que existe muita gente que é contra transformar muitas terras em reservas indígenas no Brasil. Como assim? Dizem que há “muita terra para pouco índio”. Acho que para essas pessoas “índio é tudo igual” e poderiam confiná-los em uma terra bem longe das áreas mais importantes do país. Pelo que estudei e expus a vocês, posso discordar. É preciso ter muito mais sensibilidade com a política voltada para os indígenas e manter a lembrança do crime que foi historicamente cometido contra o seu modo de vida.
 
Até a próxima! Bjos!
 

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Maximiliana “Maxi” Esploro

Sempre adorei entender o porquê das coisas, especialmente quando se tratava de uma realidade social. Por que existem países mais pobres do que outros? Por que as pessoas preferem viver em cidades do que no campo? Por que é tão importante o crescimento do PIB? São perguntas que eu fiz quando tinha 12 anos e esse comportamento só foi se intensificando com o tempo. Costumo passar 8 horas por dia pesquisando dados na internet, para compreender melhor o mundo. Gosto de fazer pesquisas off-line também. Promovo questionários na vizinhança, e até no meu núcleo familiar, para gerar informações e conhecimento com elas. Curso Economia e pretendo utilizar esses conhecimentos para criar uma nova “sabedoria”, que utilize os milhões de dados disponíveis ou captados para melhorar a compreensão e as tomadas de decisão, e, assim, melhorar a qualidade de vida das pessoas. Chamo isso de Estatística e Conhecimento. Vou aproveitar esse espaço aqui, no Galera Cult, para compartilhar várias descobertas que fiz nas minhas pesquisas.