Roda o pneu, roda soluções

Olá Galera Cult!!! O Brasil tem mais de 45 milhões de veículos, o que significa que em um grupo de 4 pessoas 1 tem um automóvel.  Imagine então a quantidade de pneus em circulação que pode ser o dobro ou o quadruplo do total de veículos...

Na virada do século, essa relação era de 7 pessoas para 1 veículo, o que significa que aumentamos muito rápido essa relação, ou seja, o número de veículos por habitante. Esse número poderia ser menor se os governos (federal, estadual e municipal) resolvessem investir adequadamente no sistema de transporte público de massa, como os trens e metros, que reduzem o número de veículos nas ruas e reduzem a emissão de poluentes.

Mas hoje vamos desvendar um pouco sobre o que acontece com os pneus após seu uso em nossos automóveis. Então, você já havia parado para refletir o que ocorre com os pneus após o seu uso?

Com muitos veículos em circulação, o uso e consumo de pneus também cresce de forma acentuada. Infelizmente, grande parte dos pneus usados segue para os lixões ou aterros sanitários ocasionando impactos ambientais. Apenas uma pequena parcela é reciclada ou reutilizada, mesmo com a existência de leis e normas que versam sobre a coleta e destino dos pneus. Um exemplo de instrumento legal que trata dos pneus e a Resolução Número 416, de 30 de setembro de 2009 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), que dispõe sobre a prevenção à degradação ambiental causada por pneus inservíveis e sua destinação ambientalmente adequada. Separei alguns artigos da resolução para vocês, vejam só:

•       Art. 1o Os fabricantes e os importadores de pneus novos, com peso unitário superior a 2,0 kg (dois quilos), ficam obrigados a coletar e dar destinação adequada aos pneus inservíveis existentes no território nacional, na proporção definida nesta Resolução.

 

•       Art. 2o Para os fins do disposto nesta Resolução, considera-se:

I - Pneu ou pneumático: componente de um sistema de rodagem, constituído de elastômeros, produtos têxteis, aço e outros materiais que quando montado em uma roda de veículo e contendo fluido(s) sobre pressão, transmite tração dada a sua aderência ao solo, sustenta elasticamente a carga do veículo e resiste à pressão provocada pela reação do solo;

II - Pneu novo: pneu, de qualquer origem, que não sofreu qualquer uso, nem foi submetido a qualquer tipo de reforma e não apresenta sinais de envelhecimento nem deteriorações, classificado na posição 40.11 da Nomenclatura Comum do Mercosul-NCM;

III - Pneu usado: pneu que foi submetido a qualquer tipo de uso e/ou desgaste, classificado na posição 40.12 da NCM, englobando os pneus reformados e os inservíveis;

IV - Pneu reformado: pneu usado que foi submetido a processo de reutilização da carcaça com o fim específico de aumentar sua vida útil, como: a) recapagem: processo pelo qual um pneu usado é reformado pela substituição de sua banda de rodagem; b) recauchutagem: processo pelo qual um pneu usado é reformado pela substituição de sua banda de rodagem e dos ombros; e c) remoldagem: processo pelo qual um pneu usado é reformado pela substituição de sua banda de rodagem, ombros e toda a superfície de seus flancos.

V - pneu inservível: pneu usado que apresente danos irreparáveis em sua estrutura não se prestando mais à rodagem ou à reforma;

VI - destinação ambientalmente adequada de pneus inservíveis: procedimentos técnicos em que os pneus são descaracterizados de sua forma inicial, e que seus elementos constituintes são reaproveitados, reciclados ou processados por outra(s) técnica(s) admitida(s) pelos órgãos ambientais competentes, observando a legislação vigente e normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança, e a minimizar os impactos ambientais adversos;

•       Art. 3o A partir da entrada em vigor desta resolução, para cada pneu novo comercializado para o mercado de reposição, as empresas fabricantes ou importadoras deverão dar destinação adequada a um pneu inservível.

 

•       Art. 9o Os estabelecimentos de comercialização de pneus são obrigados, no ato da troca de um pneu usado por um pneu novo ou reformado, a receber e armazenar temporariamente os pneus usados entregues pelo consumidor, sem qualquer tipo de ônus para este, adotando procedimentos de controle que identifiquem a sua origem e destino.

 

Nossa, viram como realmente existe a preocupação em lidar com os pneus? Mas será que tudo isso realmente vem sendo feito? De acordo com a ABRAPNEUS (veja no site http://www.abrapneus.com.br/) a reciclagem do pneu envolve a separação da borracha vulcanizada de outros componentes (como metais, tecidos etc.).

A borracha é triturada em lascas, que são moídas. O produto obtido pode ser então refinado em moinhos para a produção de grânulos ou pó de borracha. A matéria-prima para ser agregada ao concreto, ao asfalto, à fabricação de produtos de artefatos de borrachas em geral como tapetes para automóveis e à aplicação em quadras esportivas e áreas de lazer e mantas de isolamento acústico e térmico, entre outros. Já a aplicação do pó de borracha ao asfalto (asfalto borracha), em desenvolvimento no país, apresenta resultados em campo que comprovam as vantagens de sua utilização, apesar de o custo inicial de aplicação ter um acréscimo em torno de 20/25% em relação ao valor do asfalto comum.

O reflexo positivo está na relação custo/benefício, no passar dos anos, na manutenção do pavimento. A atividade da reciclagem ou a destinação de pneus inservíveis existe há mais de 40 anos no Brasil. O processo que recicla os pneus diagonais é conhecido como laminação, e de sua produção temos diversos produtos, como passadeiras, saltos e solados de sapatos, colas e adesivos, rodos domésticos, tiras para indústrias de estofados, entre outros.

Pois é.... Podemos ver que existem diferentes soluções para minimizar o acúmulo de pneus e os impactos ambientais. Você tem alguma ideia criativa? Conte para a nossa Galera!

 

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Paulo “Paulinho” Statera

Desde pequeno tive dificuldade de me enquadrar aos padrões; e não era só rebeldia. Ficava mais revoltado com aqueles que não faziam nenhum sentido. Esse comportamento gerou afastamento de meus pais e minha família em geral, com exceção do meu avô, Paulo, que também sempre foi um rebelde… hehehehe. Poucos reconhecem, mas os meus questionamentos não são vazios, são (e sempre foram) coerentes, pois percebo que as pessoas seguem e tomam decisões porque seguem modelos prontos ou porque pensam no curto prazo. Tudo mudou quando conheci um grupo que vive em uma Ecovila, o Gemeinde, que promove relações diferentes entre si e com o meio ambiente. Minha identificação com o grupo despertou meu interesse por Sustentabilidade e essa passou a ser a minha missão: disseminar outras formas de relacionamento entre os seres humanos e com a natureza. Siga-me no Galera Cult e fique sabendo mais sobre críticas a sociedade atual e sobre práticas sustentáveis