Ilha de Paquetá

Às vezes, nós estamos tão ocupados pensando em viajar pra longe ou até mesmo pra outro país que acabamos esquecendo o quão interessante e diversificada pode ser a nossa paisagem: a paisagem brasileira.

Não tem muito tempo, decidi ir à Ilha de Paquetá, que fica a uns 17 quilômetros da Praça XV, ali no centro do Rio de Janeiro.  Era sábado e queria distrair a cabeça, pensar na vida. Sempre acredito que pensar na vida em outros lugares e sozinho pode ser válido para descobrir um pouco mais de nós mesmos.

Quando cheguei lá, não acreditei que uma maravilha natural podia ser tão fácil de chegar. Pegando uma simples barca na Praça XV, você chega em 70 minutos e tem um dos visuais mais legais de todo o Rio de Janeiro. A ilha é antiga – é datada de antes da criação do estado do Rio de Janeiro – e já foi palco de inúmeros romances literários, conflitos e viagens. 

Considerada como um bairro do Rio de Janeiro, Paquetá se encontra localizada dentro da Baía de Guanabara e é sem dúvidas a região mais limpa de toda a Baía. Nela, encontramos uma Área de Preservação Ambiental (APA) de Guapimirim, onde estão os manguezais. Tal bioma é muito conhecido por ser um ambiente de renovação de vidas, dada a condição de suas águas e as riquezas mineiras que afluem em seu solo.

O bairro é muito interessante, visto que nele não residem mais que 4.500 pessoas em média. Particularmente, me senti muito à vontade visitando aquele lugar, já que me pareceu perfeito pra estar a sós com os meus pensamentos. Inclusive, o bairro é bem vazio porque metade das casas, aproximadamente, é dos chamados “veranistas”: pessoas que só passam o final de semana ou o verão em suas casas para aproveitar as praias e os dias de folga.

Tá aí uma coisa também válida pra se dizer: como é um bairro distante e o único acesso que se pode ter é através das barcas, as pessoas mais jovens costumam sair da Ilha para poderem estudar e trabalhar. Assim, é muito comum encontrar nativos da ilha com uma idade mais avançada e com fortes laços culturais dentro do bairro. Imaginem vocês que, em uma ilha pequena e isolada, todos se conhecem, né? rs

E, pra finalizar, pra quem gosta de peixe é uma maravilha! A gastronomia local é repleta de peixes da parte mais limpa da Baía de Guanabara, sendo um ótimo ponto pra quem curte culinária de frutos do mar. Eu, particularmente, não gosto de nada que leve peixe, mas fiquei bem satisfeito em estar em um lugar que me acolheu tão bem e que ainda por cima é tão bonito! Obrigado, Paquetá!

Nando

Sempre fui um viajante. Se não viajo com os pés, viajo com minha imaginação, desbravando os lugares mais distantes e inóspitos que eu possa ir. Lá em casa, meus pais sempre trabalharam muito para me dar um bom padrão de vida. Apesar de ter estudado em boas escolas e sempre ter tirado boas notas, me sentia culpado por eles estarem sempre preocupados com o dinheiro e muitas vezes deixava de me divertir por causa disso. Aos meus 18 anos de idade, meus pais se separaram. Essa experiência me impactou muito, pelo fato de eu ser filho único, acabei vendo minha família desmoronar. Então a partir daí, passei a viajar mais ainda. Agora aos 20 anos, eu viajo o mundo e levo uma vida totalmente diferente da qual eu tinha com os meus pais. Busco aprender de forma prática e significativa, diferente das escolas por onde estudei, não me apegando a bens materiais e sempre viajando leve.