Biodiversidade

Eu sou uma pessoa que mora na cidade e tenho um modo de vida tipicamente urbano, mas amo o contato com a natureza e quando posso sempre tento viajar para lugares onde possa ter esse contato. Em uma das viagens que fiz com minha família, fomos até Manaus, a grande cidade no coração da Amazônia. Como nunca consigo descansar minha curiosidade, pedi para visitarmos o INPA, que é o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia. Além de ser uma visita que recomendo, lá fiquei sabendo de vários dados interessantes sobre o número de plantas do Brasil. 
 
Sempre ouvi que a Amazônia é a maior biodiversidade do Brasil. De fato, observei diversas espécies que jamais havia visto no Sudeste, devido à diferença climática de um clima equatorial como o amazônico. Mas aí, para a minha surpresa, o guia do INPA me informou que, em espécies registradas e catalogadas, a Mata Atlântica era a vegetação mais “biodiversa” do Brasil, com 19.355 espécies registradas. Então, a Amazônia não tem a maior biodiversidade do mundo? “Não é bem assim”, me disse o guia. Ele explicou que é claro para todos os cientistas que a Amazônia possui muitas espécies de plantas, porém a falta de pesquisa faz com que a maioria seja ainda desconhecida. São 13.317 espécies de plantas conhecidas por lá. Um número bem próximo ao do Cerrado, por exemplo, com 12.669 espécies. A Caatinga tem 5.218 espécies, os Pampas 1.964, e o Pantanal com 1.240. No total, são 41.006 no país inteiro. E mais um número legal que descobri: 46% dessas espécies são endêmicas, ou seja, só existem aqui! Uma riqueza impossível de ser contabilizada.
 
Depois fiz uma pesquisa em casa e descobri que ainda há uma grande falta de mão de obra e investimentos na taxonomia, a classificação das espécies, no Brasil. Isso faz com que muitas ainda não sejam descobertas. O problema é que, infelizmente, não é como se tivéssemos uma grande reserva esperando pela atividade científica. A devastação, o avanço da fronteira agropecuária e outras atividades predatórias são responsáveis pelo possível desaparecimento de espécies antes mesmo que saibamos da existência delas e de seus possíveis usos.
 
Além disso, há também o perigo da biopirataria, quando contrabandistas roubam espécies brasileiras sem autorização para a realização de pesquisas em outros países ou laboratórios. Como é difícil fiscalizar toda a nossa extensa fronteira contra a biopirataria, seria interessante aumentar os investimentos na pesquisa brasileira como forma de crescer o controle nacional sobre a própria riqueza. Além disso, a preservação nunca pode ser esquecida, caso contrário, corremos o risco de perdermos as espécies conhecidas e desconhecidas para as próximas gerações.
 
Até a próxima! Bjos!
 

Saiba mais

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Maximiliana “Maxi” Esploro

Sempre adorei entender o porquê das coisas, especialmente quando se tratava de uma realidade social. Por que existem países mais pobres do que outros? Por que as pessoas preferem viver em cidades do que no campo? Por que é tão importante o crescimento do PIB? São perguntas que eu fiz quando tinha 12 anos e esse comportamento só foi se intensificando com o tempo. Costumo passar 8 horas por dia pesquisando dados na internet, para compreender melhor o mundo. Gosto de fazer pesquisas off-line também. Promovo questionários na vizinhança, e até no meu núcleo familiar, para gerar informações e conhecimento com elas. Curso Economia e pretendo utilizar esses conhecimentos para criar uma nova “sabedoria”, que utilize os milhões de dados disponíveis ou captados para melhorar a compreensão e as tomadas de decisão, e, assim, melhorar a qualidade de vida das pessoas. Chamo isso de Estatística e Conhecimento. Vou aproveitar esse espaço aqui, no Galera Cult, para compartilhar várias descobertas que fiz nas minhas pesquisas.