Viagens

Eu me lembro muito da época em que era criança e existia um grande “mito” da minha infância: a viagem para a Disney, nos Estados Unidos. Em meados da década de 1990, viajar para os Estados Unidos não era tão acessível e a maior parte dos brasileiros considerava a viagem para o exterior “coisa de rico”. E era mesmo! As passagens eram caras, as famílias eram mais dependentes das agências para encontrarem hotéis, traslados etc. O custo final era bastante elevado e nem todas as famílias, lutando para buscarem uma estabilidade nos primeiros anos do Plano Real (depois de anos de uma grande crise econômica), conseguiam sequer cogitar esse tipo de viagem.

A classe média, que não conseguia alcançar essas tão desejadas viagens, mudou de posição na economia brasileira a partir dos anos 2000. A renda média se elevou, o dólar ficou um pouco mais barato frente ao real, o preço das passagens barateou e teve a internet! Ah, santa internet! A partir dos anos 2000, diversos sites começaram a se popularizar, como os de dicas de viagem, comparação de preços de passagem, de hotéis, de tudo! Com essa ferramenta, o planejamento fica muito mais fácil e se torna muito mais simples buscar o melhor preço. Resultado: as famílias passaram a viajar mais. Os filhos da classe média passaram a ir para a Disney mais cedo. Os jovens, depois que conseguiam um primeiro estágio de emprego, conseguiam ir para um “mochilão” pela Europa. O hábito de viajar inundou os desejos de consumo dos brasileiros.

Viajam mais, mas são precavidos. Pensando sobre essas viagens, eu achei uns números legais sobre a contratação dos seguros-viagem. Esses seguros oferecem diversos tipos de cobertura, entre problemas de saúde e perda de bagagem, por exemplo. Em 2005, 25% dos viajantes contratavam algum tipo de cobertura de seguro. Em 2010, eram 35%. Com isso, o gasto do brasileiro no exterior também se eleva. Entre 2003 e 2013, o dinheiro que gastamos no exterior subiu 1.025%. Um aumento e tanto!

Com essa “popularização” das viagens, alguns hábitos se alteraram. Por exemplo, antigamente, a viagem de avião era um grande evento, muitos sequer haviam entrado em um aeroporto na vida. Devido a isso, o “código de vestimenta” de um grande e chique evento exigia uma roupa à altura. Quando o avião se tornou mais acessível para ser utilizado como meio de transporte, esse comportamento mudou. Em fevereiro de 2014, um homem de bermuda e camisa regata foi fotografado no aeroporto Santos Dumont, no Rio, por uma professora universitária. A professora ironizava o fato dos aeroportos estarem parecendo “rodoviárias” devido a popularização de seu uso, utilizando a vestimenta do homem – que era advogado – como uma associação ao pobre que viaja de avião. Entre toda a polêmica sobre o preconceito da professora, se constatou que algumas camadas sociais haviam se apropriado desse hábito e, como deve ser, alteraram o seu padrão antes considerado “normal”.

Nos últimos meses, com a alta do valor do dólar, os brasileiros tem redirecionado suas viagens. Menos exterior, mais Brasil. 77% dos brasileiros afirmaram que desejavam viajar pelo país em 2015. Isso demonstra que o hábito de tornou comum aos brasileiros. O destino dessa viagem é que pode variar de acordo com as condições do momento. Aliás, para onde vocês irão nas próximas férias? Bjokas!

 

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Maximiliana “Maxi” Esploro

Sempre adorei entender o porquê das coisas, especialmente quando se tratava de uma realidade social. Por que existem países mais pobres do que outros? Por que as pessoas preferem viver em cidades do que no campo? Por que é tão importante o crescimento do PIB? São perguntas que eu fiz quando tinha 12 anos e esse comportamento só foi se intensificando com o tempo. Costumo passar 8 horas por dia pesquisando dados na internet, para compreender melhor o mundo. Gosto de fazer pesquisas off-line também. Promovo questionários na vizinhança, e até no meu núcleo familiar, para gerar informações e conhecimento com elas. Curso Economia e pretendo utilizar esses conhecimentos para criar uma nova “sabedoria”, que utilize os milhões de dados disponíveis ou captados para melhorar a compreensão e as tomadas de decisão, e, assim, melhorar a qualidade de vida das pessoas. Chamo isso de Estatística e Conhecimento. Vou aproveitar esse espaço aqui, no Galera Cult, para compartilhar várias descobertas que fiz nas minhas pesquisas.