Fidelidade vs verdade
Seria tão fácil se pudéssemos sermos fiéis as nossas verdades, mas não é bem assim. Um dos debates mais interessantes envolvendo Ética é quando fidelidade e verdade ficam em lados opostos. É o que alguns autores chamam decidir entre o certo e o certo.
Na minha escola uma vez, presenciei uma situação dessa. Meus colegas tinham feito uma bagunça e sugiram a sala com papel picado. Todos viram quem tinha participado da zona.Quando o inspetor entrou na sala, perguntou:
- Quem foi que fez essa sujeirada toda?
Ninguém se acusou. O inspetor mudou a estratégia, foi direto na representante da turma, a Teresa:
- Tete, você viu quem fez essa bagunça?
O que você faria se estivesse nessa situação? Repare que a resposta não é simples. Se ela responder que não viu, seria mentira. Ela não estaria falando a verdade. Se ela dissesse que viu e “dedurasse” os colegas, estaria falando a verdade, mas não estaria sendo fiel aos seusamigos. Nesse caso, verdade e fidelidade entraram em oposição e não há gabarito, pois não é certo mentir, mas também ser infiel não é correto.
Sabe o que a Teresa fez? Tentou sair da melhor forma possível:
- Eu vi, mas não vou te falar.
- Por quê? – perguntou o inspetor.
- Porque não vou “dedurar” meus amigos.
O inspetor ficou com raiva, mas não perguntou mais. Saiu e foi buscar o diretor. No final, todosficamos de castigo no intervalo, limpando a sala. Foi o preço que pagamos por nossa fidelidade.
Você acha que agimos certo? É justo todos ficarem de castigo por causa de alguns? O que você faria? #umconviteparapensar