Mandela e a luta contra o apartheid na África do Sul
Na minha opinião, uma das figuras mais importantes do século XX foi o ex-presidente sul-africano Nelson Mandela. Combatente do racismo, pacificista nas palavras e ações, Mandela foi um grande exemplo para toda a humanidade. A comoção mundial gerada pela sua morte no ano de 2013 revelou como esse líder tinha a admiração de todos por sua luta não apenas contra o regime de segregação racial, denominado de apartheid, mas também por sua convicção na formação de um país livre de preconceitos na África do Sul. A trajetória de vida desse grande homem, que recebeu o prémio Nobel da Paz em 1993, é o tema da nossa conversa de hoje no projeto História e Biografia. Então, vem com a Titta conhecer um pouco mais dessa bela história de vida!
De origem de uma nobre família tribal numa pequena aldeia no interior da África do Sul, Nelson Mandela iniciou seu contato com a política ao se transferir na juventude para cidade de Joanesburgo, capital do país. Após trabalhar em alguns serviços, iniciou um estágio como assistente de advogados na mesma época que estava cursando a faculdade de Direito. Nessa época, por volta do início dos anos de 1940, descobriu como a justiça favorecia por um lado aos brancos, enquanto por outro punia severamente os negros. No ano de 1948, foi instituído legalmente na África do Sul o regime do apartheid estabelecendo uma forte segregação racial e impedindo os negros de diversos direitos políticos e sociais, tais como: o acesso a espaços públicos, o casamento com pessoas brancas, a posse de terras, o acesso aos empregos mais bem remunerados, o acesso ao sistemas de saúde e de educação dos brancos.Meus Deus, que horror!!! Como foi possível isso existir em pleno século XX e depois de todas as atrocidades ocorridas na Segunda Guerra Mundial??? Isso tem uma explicação: essas medidas foram tomadas pela elite que controlava o governo sul-africano e proibiam também a eleição dos negros para cargos políticos. O regime do apartheid vigorou por mais de 40 anos até o início da década de 1990.
Nelson Mandela foi a maior referência na luta contra o apartheid participando do Congresso Nacional Africano, organização fundada em 1912 que lutava contra as leis raciais através de uma via pacifista e da desobediência civil. Esse regime de segregação gerou protestos por parte da maioria negra ocasionando conflitos e mortes como o caso do “massacre de Sharpeville,” em 1962, quando manifestantes negros foram mortos pela polícia. Nesse episódio, Mandela foi condenado a prisão perpetua, permanecendo na prisão por 27 anos.
No início dos anos de 1990, com a consolidação do processo de descolonização em todo o continente africano, o que fez a elite branca perder o seu poder, assim como a crescente pressão da opinião pública mundial pelo fim do regime do apartheid, leis foram criadas para suprimir a segregação racial. Após quase 30 anos na prisão, Nelson Mandela alcançou a liberdade e tornou-se em 1994 o primeiro presidente negro da história da África do Sul. No período que ocupou o cargo, lutou pela superação da divisão racial do país e para a construção de um sentimento de identidade e orgulho para o povo sul-africano.
Após afastar-se do cargo de presidente, Mandela continuou lutando pela paz mundial e o respeito entre os diferentes povos. No ano de 2010, na ocasião do início da copa na África do Sul, Mandela deu o pontapé inicial na primeira partida do mundial de futebol, levando o mundo todo e em especial os sul-africanos a aclamarem esse grande líder da paz. Por sua forte ligação com seu povo, era chamado de Tata (pai) ou por seu nome familiar Mandiba. Em uma de suas frases mais conhecidas, Mandela disse: “A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo.” Viva Mandela! Viva Mandiba! Até a próxima!
