Transposição do Rio São Francisco
Vocês já ouviram falar sobre a Transposição do Rio São Francisco? O Rio São Francisco, que nasce em Minas Gerais e escoa pelo litoral nordestino, é um dos rios com maior capacidade de água do Brasil e do Nordeste. Seu uso era basicamente para a irrigação na Bahia e para utilização em energia hidroelétrica em Minas Gerais e Bahia. No entanto, o Governo Brasileiro vêm procurado utilizar rios com boa capacidade hídrica na região aonde acontece a seca – lembrando que a seca não é característica somente do nordeste(!) – para levar água à população e os produtores agrícolas locais.
Assim, aproveitando a dinâmica fluvial do São Francisco (conhecido também como Velho Chico), o governo tem pretendido levar as águas de diversas represas do Rio São Francisco para municípios e estados que são gravemente afetados pela seca.
(Mapa da Transposição do Rio São Francisco – Fonte: https://geoamb.files.wordpress.com/2011/03/transp.jpg)
E como irão fazer isso? Com a transposição do rio. Aí você me pergunta: Nando, que raio de transposição é essa? Transposição é quando eu levo, através de meios artificiais, um rio de um local para outro local através da criação de novos canais (construídos pelo homem) e também bombeamento de água em locais aonde o relevo pode ser mais alto em uma região, impedindo o fluxo de água no sentido de onde se quer que ela chegue se não houver um bombeamento extra.
(Usina de bombeamento entre um nível de água mais baixo e um nível de água acima – Fonte: http://glaucialima.com/wp-content/uploads/2015/06/117.jpg)
Essa obra, orçada originalmente em quatro bilhões e duzentos milhões de reais, hoje ainda se encontra inacabada (ela começou em 2006) e com orçamento atual de oito bilhões e quatrocentos milhões de reais!
É uma obra fundamental para a região, pois a mesma a ser beneficiada pela obra – principalmente o sertão e o agreste – sofre historicamente com as cíclicas crises hídricas na região. Já houveram anos onde nem sequer houve uma chuva nessa área! Pra você ter uma noção do problemão que é a seca ali, o governo de D. Pedro II em 1847 já pensava em realizar a transposição.
Por outro lado, há quem faça críticas ao projeto: dizem que a nascente do Rio não tem tanta água assim para garantir água abundante todos os anos na transposição. Ao mesmo tempo, as represas feitas pelas águas do São Francisco são utilizadas para geração de energia, e qualquer queda no volume d’água tende a prejudicar a geração de energia.
Ainda há o debate político! Já ouviu falar sobre aquela famosa questão da “Seca e a Cerca”? Um dos maiores problemas que a região tem é a distribuição de água e como ela chega às pessoas. Há uma grande desigualdade de terra e interesses questionáveis em relação aos grandes latifundiários sobre o acesso e domínio da água. Delicada essa questão, meus amigos. Aproveitem e discutam isso com o professor de vocês. Como acabar com a seca?
Como definir as prioridades para quem tem sede e fome?
Há alguma outra solução para uma região tão delicada como a do sertão nordestino? Um abraço!