Soja, o grão que devasta o meio ambiente

Saudações, guerreiros da Galera Cult! Certa vez, conversava com meus amigos sobre alimentação e veio uma série de perguntas sobres os alimentos que comemos, entre eles a soja. Ouvi falar da plantação dela no Brasil e achei que era uma planta nativa, ou seja, que pertence a nossa flora. Mas, como busco sempre saber um pouco mais, fui pesquisar e achei a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) que tem muita informação, vejam só:

- As primeiras citações do grão aparecem no período entre 2.883 e 2.838 a.C., quando a soja era considerada um grão sagrado, ao lado do arroz, do trigo, da cevada e do milheto;

-Na segunda década do século XX, o teor de óleo e proteína do grão começa a despertar o interesse das indústrias mundiais. No entanto, as tentativas de introdução comercial do cultivo do grão na Rússia, Inglaterra e Alemanha fracassaram, provavelmente, devido às condições climáticas desfavoráveis;

-No final da década de 1960, dois fatores internos fizeram o Brasil começar a enxergar a soja como um produto comercial. Na época, o trigo era a principal cultura do Sul do Brasil e a soja surgia como uma opção de verão, em sucessão ao trigo. O Brasil também iniciava um esforço para produção de suínos e aves, gerando demanda por farelo de soja;

-A explosão do preço da soja no mercado mundial, em meados de 1970, desperta ainda mais os agricultores e o próprio governo brasileiro. O País se beneficia de uma vantagem competitiva em relação aos outros países produtores: o escoamento da safra brasileira ocorre na entressafra americana, quando os preços atingem as maiores cotações. Desde então, o país passou a investir em tecnologia para adaptação da cultura às condições brasileiras, processo liderado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária;

-Na alimentação humana, a soja entra na composição de vários produtos embutidos, em chocolates, temperos para saladas, entre outros produtos. A proteína de soja é a base de ingredientes de padaria, massas, produtos de carne, cereais, misturas preparadas, bebidas, alimentação para bebês e alimentos dietéticos. A soja também é muito usada pela indústria de adesivos e nutrientes, alimentação animal, adubos, formulador de espumas, fabricação de fibra, revestimento, papel emulsão de água para tintas.

FONTE: https://www.embrapa.br/web/portal/soja/cultivos/soja1/historia

Bem, como podemos ver, a soja não é Brasileira e sim chinesa, assim como seu uso vem crescendo cada vez mais, o que nos leva a demanda por terras para a agricultura. Atualmente, o Brasil tem mais de 31 milhões de hectares dedicados ao cultivo de soja, o que gera mais de 95 milhões de toneladas de grãos por ano. Dessa forma, o nosso país é o segundo maior produtor mundial – o EUA tem 33 milhões de hectares.

Mas onde toda essa terra para a agricultura está? Grande parte do cultivo encontra-se na região centro-oeste, vejam só o mapa.

 

 

Porém, além de seguir em direção a Amazônia, a soja também vem ganhando novas áreas na região Nordeste. Parte desse crescimento ocorre com as novas variações das sojas desenvolvidas pela Embrapa, que permitem com que esse grão tenha condições de germinar no Cerrado. Essa expansão tem levado a perda dos remanescentes naturais dos biomas (queimadas e desmatamentos) com perda da biodiversidade. Além disso, provoca todo uma alteração socioeconômica da região, pois os grandes produtores (latifundiários com alta tecnologia que precisa de pouca mão-de-obra) exercem pressão sobre os pequenos produtores para a compra de suas terras. Com isso, a população “é forçada” a buscar emprego em outros lugares.

É verdade que precisamos da soja, mas o quanto estamos dispostos a perder (com os impactos socioambientais) para mantermos a sua expansão? Essa fica pra você pensar!!! Abraços!

 

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Paulo “Paulinho” Statera

Desde pequeno tive dificuldade de me enquadrar aos padrões; e não era só rebeldia. Ficava mais revoltado com aqueles que não faziam nenhum sentido. Esse comportamento gerou afastamento de meus pais e minha família em geral, com exceção do meu avô, Paulo, que também sempre foi um rebelde… hehehehe. Poucos reconhecem, mas os meus questionamentos não são vazios, são (e sempre foram) coerentes, pois percebo que as pessoas seguem e tomam decisões porque seguem modelos prontos ou porque pensam no curto prazo. Tudo mudou quando conheci um grupo que vive em uma Ecovila, o Gemeinde, que promove relações diferentes entre si e com o meio ambiente. Minha identificação com o grupo despertou meu interesse por Sustentabilidade e essa passou a ser a minha missão: disseminar outras formas de relacionamento entre os seres humanos e com a natureza. Siga-me no Galera Cult e fique sabendo mais sobre críticas a sociedade atual e sobre práticas sustentáveis