Probabilidade
Para quem acha que meu amor por estatísticas se resume a buscar na internet dados e informações prontas, está enganado. Quer dizer, parcialmente enganado. Ou melhor ainda, uns 60% enganado. Eu busco muita informação em fontes de confiança, é verdade, mas essa vontade de ir a fundo na formação da informação fez com que me interessasse por outras áreas, como as probabilidades matemáticas.
Os cálculos que envolvem as probabilidades podem até parecer simples, mas envolvem diversas variáveis que incluem complexidades a mais no cálculo. Através disso, há uma infinidade de possibilidades para o cálculo de probabilidades. Parece difícil? De fato, é. Você acha que nunca vai precisar saber disso ou que só serve como curiosidades? Está errado. Julgamentos e tomadas de decisão são baseadas, ainda que inconscientemente ou sem cálculo formal, em probabilidades que realizamos cotidianamente. Por que você escolhe um caminho que acha que estará menos engarrafado? Por que você vai em um determinado horário à praia? Por que você escolhe determinado feriado para viajar? Em todos os casos, temos as probabilidades.
É claro que existe uma série de probabilidades calculadas que são muito interessantes. Por exemplo, qual é a probabilidade de você namorar um supermodelo? 1 em 88.000. De ganharmos uma medalha olímpica? 1 em 622.000. De estar em um acidente de avião? 1 em 20.000. São números curiosos. Mas eu gosto muito daqueles que utilizamos com mais frequência. Todo ano quem acompanha futebol fica de olho nas probabilidades no Campeonato Brasileiro. A probabilidade é até assunto de boteco!
As probabilidades de cada resultado em cada jogo dependem de muitos fatores, impossíveis de se levar em conta nos mínimos detalhes. Como exemplos, temos o estádio onde é disputada a partida, a temperatura no horário do jogo, se chove ou não, os desfalques de cada equipe, os resultados recentes dos times, a situação de cada um no campeonato, o árbitro escalado para o confronto... Há muitos torcedores e comentaristas que ainda levantam o chamado “peso da camisa”. Essa variável envolve mais o torcedor que o matemático. Nenhum time leva vantagem sobre o outro – matematicamente falando – por ter sido o maior campeão de alguma década passada.
Finalizando, temos um número muito grande de possibilidades, cada uma delas tem uma probabilidade de ocorrer. Para saber a chance de um time ser campeão, devemos somar as probabilidades de cada alternativa que dá o título a este time. Parece simples, mas levando em consideração o número de alternativas discutido acima, esta estratégia se torna inviável, exceto se fizermos muitas simplificações, que aumenta a margem de erro. Quando há um chamado “milagre” e um time improvável torna-se campeão ou escapa do rebaixamento, contrariando as probabilidades, os torcedores logo chamam os matemáticos de “enganadores”. O futebol do torcedor é movido pela paixão. A paixão não é lá muito racional, não é?! As estatísticas e probabilidades são movidas pela razão, e se essa diz que algo é improvável, ela não é impossível. Até a próxima! Bjokas!!!