Cultura indiana e Rio Ganges

Vamos conversar um pouco sobre a Índia e a cultura hindu hoje.

A Índia, um país localizado no subcontinente indiano, é um dos países que possuem uma das maiores populações mundiais e vem se destacando no comércio de softwares. A última vez que olhei no IBGE, a Índia tinha quase um bilhão de pessoas! Há quem diga que, em 2025, este país irá superar a população chinesa, vindo a ter 1,5 bilhões de pessoas. Vale lembrar que a abertura ao mercado externo, após o fim da guerra fria, favoreceu bastante a instalação de empresas transnacionais no território indiano, como a Microsoft e a GE.  Além disso, com uma forte presença cultural do hinduísmo, a Índia é um país cheio de riquezas e contrastes. 

Quando eu falo em cultura hindu, digo, basicamente, sobre a religião hinduísta, que é predominante na Índia. Esta religião é politeísta, ou seja, crê na existência de vários Deuses, acredita na reencarnação, mas não tem um livro único sobre seus princípios. Os hindus são majoritários em toda a Índia, é uma das principais religiões no mundo e também uma das mais antigas, datada – de acordo com alguns autores – desde 3.000 anos antes de Cristo!

Mas veja que, para o Hinduísmo, a religião não é somente uma parte de suas vidas: eles seguem a religião com certo afinco, levando para sua vida também os ditados e crenças. Tanto é que eles seguem fielmente o princípio das castas sociais: são classes sociais baseadas na religiosidade e na hereditariedade, aonde cada hindu tem um papel político e laboral na sociedade. Vale lembrar: as castas são hereditárias e os integrantes de diferentes castas não devem se relacionar, para manter a hereditariedade. 

Há cerca de cinco grandes castas na Índia: Os primeiros são os Brahmin, que são derivados do Rei Brahma, e são apenas 15% da população indiana e são, geralmente, professores, sacerdotes e filósofos. Abaixo, há os kshatriya, que são os militares e políticos do país. Em terceiro lugar (de cima pra baixo em uma escala hierárquica!), temos os vaishas, que são os comerciantes e grandes agricultores do país. Ainda temos os shudras, que são aqueles que costumam fazer o trabalho dos camponeses, operários e artesãos: estes estão na base hierárquica das castas consideradas como oficiais.

Ainda temos os Dalits, casta social bem conhecida pela sua exclusão do sistema político e social Indiano. Imaginem que todos aqueles que transpassam algum valor das castas sociais – como, por exemplo, um governante se relacionar com uma camponesa – são banidos pelo sistema social. A partir daí, tal governante e tal camponesa se tornarão a escória da sociedade indiana, cabendo a eles realizar trabalhos os quais ninguém se dispõe a fazer, como, por exemplo, a limpeza de esgotos, manejo com os mortos e o recolhimento de lixo. 

É bem interessante que, neste contexto todo, ainda rola o famoso Rio Ganges na Índia. Esse rio, pra quem não sabe, é um dos principais rios deste país e é considerado sagrado por maior parte da população, assim como, é fundamental para a captação de água. Só que o crescimento industrial da Índia e a falta de investimentos do Estado Indiano em saneamento básico têm provocado o crescimento da poluição no Rio. Atualmente, o Rio Ganges é um dos rios mais poluídos do mundo!

Não é difícil encontrar diversas saídas de esgoto para o Rio, com a emissão deste in natura. O esgoto também se combina com uma crença de que, para eles, o rio leva em paz aqueles que falecem e não conseguem serem cremados. Na Índia, através do hinduísmo, não há enterros, mas sim cremações. Se as famílias não possuem dinheiro para cremar o corpo de seus parentes, os corpos são lançados no rio. Quando fui lá, vi alguns defuntos no rio como se fossem coisas naturais! 

E por incrível que pareça, com esgoto caseiro, industrial e corpos boiando, os indianos apreciam tomar banho e beber da água poluída do Rio Ganges! Antes do raiar do sol, alguns procuram se abençoar em suas águas, já que é um Rio abençoado pelos Deuses da religião hindu. 

Ainda assim, vale a pena visitar e ver a riqueza cultural que é a Índia e vivenciar a dinâmica do Rio Ganges. 

Nando

Sempre fui um viajante. Se não viajo com os pés, viajo com minha imaginação, desbravando os lugares mais distantes e inóspitos que eu possa ir. Lá em casa, meus pais sempre trabalharam muito para me dar um bom padrão de vida. Apesar de ter estudado em boas escolas e sempre ter tirado boas notas, me sentia culpado por eles estarem sempre preocupados com o dinheiro e muitas vezes deixava de me divertir por causa disso. Aos meus 18 anos de idade, meus pais se separaram. Essa experiência me impactou muito, pelo fato de eu ser filho único, acabei vendo minha família desmoronar. Então a partir daí, passei a viajar mais ainda. Agora aos 20 anos, eu viajo o mundo e levo uma vida totalmente diferente da qual eu tinha com os meus pais. Busco aprender de forma prática e significativa, diferente das escolas por onde estudei, não me apegando a bens materiais e sempre viajando leve.