Dobrar papel?

Oi, pessoal! Tudo isso que vocês estão estudando me faz lembrar de quando fui ajudar meu irmão a preparar um trabalho sobre a cultura japonesa para  a Feira Cultural do colégio dele. Resolvemos montar uma barraca com uma decoração tipicamente japonesa e, para isso, usamos e abusamos dos origamis. Vocês sabem o que é isso?

Eu andei pesquisando e descobri que origami é uma palavra japonesa composta do verbo dobrar (ori) e do substantivo papel (kami). Significa literalmente, "dobrar papel". Para se fazer o origami, tradicionalmente, começa-se com um papel cortado em forma de um quadrado perfeito. A inspiração dos origamistas está, principalmente, nos elementos da natureza e nos objetos do dia-a-dia. Para o origamista, o ato de dobrar o papel representa a transformação da vida e ele tem a consciência de que esse pedaço, um dia, foi a semente de uma planta que germinou, cresceu e se transformou numa árvore. E que depois, o homem transformou a planta em folhas de papel, cortando-as em quadrados, dobrando-as em várias formas geométricas representando animais, plantas ou outros objetos. Onde os outros viam apenas uma folha quadrada, o origamista pode ver a origem de todas as formas se transbordando. Tradicionalmente, nada é cortado, colado ou desenhado. Para o mestre origamista, Akira Yoshizawa, o origami é um diálogo entre o artista e o papel. Muito legal, né?

 

 

Para produzir um origami é necessário entender de ângulos, algo que eu sei que vocês já entendem bastante. Inicialmente, nós nos enrolamos bastante, mas depois que achamos vários vídeos na internet que ensinam como produzir os origamis, ficou bem mais fácil. Aliás, vou contar para vocês: a barraca do grupo do meu irmão era a mais bonita da Feira Cultural. E sabem do que mais? Depois eu produzi vários outros que hoje enfeitam o meu quarto. Ficou a coisa mais linda. Super colorido e charmoso.

 

 

Mas tivemos um probleminha na produção do trabalho. Houve uma discussão muito grande quando decidiram que duas meninas se caracterizariam como gueixas. O problema é que, no Ocidente, por desconhecimento e preconceito, alguns associam a imagem da gueixa à prostituição, o que não é verdade, pois são estudiosas de hábitos de dança, canto e da preservação da cultura nipônica.  Formou-se um painel para esclarecimento da questão que foi levado a um  debate proveitoso e muito legal na sala de aula envolvendo outras considerações como os papéis estereotipados da mulher na sociedade.

Nossa, quem podia imaginar que um simples trabalho poderia nos ensinar tanta coisa interessante? Bom, eu sempre espero algo de bom de trabalhos culturais. E você? O que sabe sobre a arte japonesa? Um beijo e até a próxima!

 

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Cecília “Ciça” Lisboa

Para as pessoas eu sempre vivi no mundo Lua. Não sei se é o nome correto. Confesso que, para mim, o nome nem é importante. O que vale é que era (e ainda é) o meu mundo. Tenho 18 anos e sou uma artista, ao menos é essa definição de que gosto. É verdade que sempre tive dificuldade de me comunicar, mas autista é exagero ☹ Só porque eu sempre fui apaixonada por arte - de todos os tipos – e preferia livros a pessoas??? Aos 12 anos, meus pais desistiram do ensino formal, porque eu não conseguia me concentrar e, consequentemente, passar de ano. Assim, eles contrataram uma tutora e passei a ter aulas em casa. Foi a melhor coisa que podia me acontecer. A tutora, Maria Augusta, passou a usar a linguagem que eu gostava e entendia: a arte. Deu tudo certo ☺ Através das Artes, conquistei meus diplomas do Ensino Básico. Hoje, curso História da Arte em uma tradicional Universidade. Meu sonho? Mostrar como Leitura e Artes tem relação interdisciplinar importante com as demais disciplinas. E é isso que farei aqui no Galera Cult.