Meio Ambiente e o (des)matar

Saudações, meus amigos da Galera Cult! Hoje, vamos falar um pouco sobre um grande impacto ambiental que a nossa sociedade continua a realizar sobre o meio ambiente, o desmatamento. A degradação ambiental em busca por mais espaço para a agricultura e pecuária, assim como a exploração dos recursos ambientais (como a madeira, os minérios, a água, entre outros) vem provocando a perda dos ambientes naturais em todo mundo, não só em nosso país.

No Brasil, todos os nossos biomas (Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pantanal, Pampas e Zona Costeira) estão ameaçados com intensidades diferenciadas. Por exemplo, a Mata Atlântica é um dos biomas mais degradados – em grande parte pela história de ocupação do Brasil que começou da costa para o interior – onde concentra grande parte da população brasileira, algo próximo a 70% da população. Desta forma, temos um pouco menos do que 20% de remanescentes florestais existentes. Vejam só o quanto ainda provocamos de desmatamento desse bioma.

 

Desmatamento na Mata Atlântica​

 

 

Fonte: https://www.sosma.org.br/projeto/atlas-da-mata-atlantica/dados-mais-recentes/#sthash.reT4wcWi.dpuf

 

Para lembrar um (01) hectare corresponde a um quadrado de 100 metros de cada lado, o que equivale a um campo de futebol. Então, de 2010 até agora já perdemos mais de 78 mil hectares, ou seja, mais de 78 mil campos de futebol... É muito verde perdido, não?

Outro bioma que vem sendo afetado rotineiramente é o cerrado. Já ouvi falar?

Vejam só sobre o Ministério do Meio Ambiente fala sobre ele:

  • O Cerrado é o segundo maior bioma da América do Sul, ocupando uma área de 2.036.448 km2, cerca de 22% do território nacional. A sua área contínua incide sobre os estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Bahia, Maranhão, Piauí, Rondônia, Paraná, São Paulo e Distrito Federal, além dos encraves no Amapá, Roraima e Amazonas. Neste espaço territorial encontram-se as nascentes das três maiores bacias hidrográficas da América do Sul (Amazônica/Tocantins, São Francisco e Prata), o que resulta em um elevado potencial aquífero e favorece a sua biodiversidade.

 

  • O Cerrado brasileiro é reconhecido como a savana mais rica do mundo, abrigando 11.627 espécies de plantas nativas já catalogadas. Existe uma grande diversidade de habitats, que determinam uma notável alternância de espécies entre diferentes fitofisionomias. Cerca de 199 espécies de mamíferos são conhecidas, e a rica avifauna compreende cerca de 837 espécies. Os números de peixes (1200 espécies), répteis (180 espécies) e anfíbios (150 espécies) são elevados. O número de peixes endêmicos não é conhecido, porém os valores são bastante altos para anfíbios e répteis: 28% e 17%, respectivamente. De acordo com estimativas recentes, o Cerrado é o refúgio de 13% das borboletas, 35% das abelhas e 23% dos cupins dos trópicos.

 

  • Além dos aspectos ambientais, o Cerrado tem grande importância social. Muitas populações sobrevivem de seus recursos naturais, incluindo etnias indígenas, quilombolas, geraizeiros, ribeirinhos, babaçueiras, vazanteiros e comunidades quilombolas que, juntas, fazem parte do patrimônio histórico e cultural brasileiro, e detêm um conhecimento tradicional de sua biodiversidade. Mais de 220 espécies têm uso medicinal e mais 416 podem ser usadas na recuperação de solos degradados, como barreiras contra o vento, proteção contra a erosão, ou para criar habitat de predadores naturais de pragas. Mais de 10 tipos de frutos comestíveis são regularmente consumidos pela população local e vendidos nos centros urbanos, como os frutos do Pequi (Caryocar brasiliense), Buriti (Mauritia flexuosa), Mangaba (Hancorniaspeciosa), Cagaita (Eugenia dysenterica), Bacupari (Salaciacrassifolia), Cajuzinho do cerrado (Anacardiumhumile), Araticum (Annonacrassifolia) e as sementes do Barú (Dipteryxalata).

 

  • Contudo, inúmeras espécies de plantas e animais correm risco de extinção. Estima-se que 20% das espécies nativas e endêmicas já não ocorram em áreas protegidas e que pelo menos 137 espécies de animais que ocorrem no Cerrado estão ameaçadas de extinção. Depois da Mata Atlântica, o Cerrado é o bioma brasileiro que mais sofreu alterações com a ocupação humana. Com a crescente pressão para a abertura de novas áreas, visando incrementar a produção de carne e grãos para exportação, tem havido um progressivo esgotamento dos recursos naturais da região. Nas três últimas décadas, o Cerrado vem sendo degradado pela expansão da fronteira agrícola brasileira. Além disso, o bioma Cerrado é palco de uma exploração extremamente predatória de seu material lenhoso para produção de carvão.

 

  • Apesar do reconhecimento de sua importância biológica, de todos os hotspots mundiais, o Cerrado é o que possui a menor porcentagem de áreas sobre proteção integral. O Bioma apresenta 8,21% de seu território legalmente protegido por unidades de conservação.

Além disso tudo, segundo o Professor Rodrigo Medeiros da ONG Conservação Internacional o Cerrado é chamado de caixa d´água do Brasil porque todos os grandes rios nascem ali. E olha só uma contradição desse bioma: grande parte do Produto Interno Bruto (PIB) agrícola do Brasil está no Cerrado, ao mesmo tempo em que todo o restante do PIB que não é agrícola depende do Cerrado porque depende das águas que brotam dali. Além disso, é um dos ambientes com maior biodiversidade no planeta. E isso está conectado a uma diversidade humana e cultural valiosíssima, guardiã de saberes ancestrais do sertanejo brasileiro.

Nossa um ambiente tão rico, sendo degradado em passos largos. Situação essa que vem ocorrendo em todos os biomas do Brasil. Mas eu ainda acredito que podemos melhorar esse cenário. Acho que todos nós podemos ajudar de alguma forma, como por exemplo:

- Monitorando as informações sobre desmatamento para cobrarmos das autoridades ações de preservação;

- Reduzindo o consumo (que diminui a busca por matéria-prima);

- Consumindo produtos ambientalmente sustentáveis e certificados;

- Investindo em programas de recuperação de áreas degradadas, como o reflorestamento;

- Promovendo a educação ambiental em todos os níveis da sociedade.

Será que você tem algumas sugestões? Que tal se reunir com seus colegas e seus pais para discutir como podemos ajudar? É isso aí, vamos contribuir para a melhoria da qualidade ambiental!!!

 

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Paulo “Paulinho” Statera

Desde pequeno tive dificuldade de me enquadrar aos padrões; e não era só rebeldia. Ficava mais revoltado com aqueles que não faziam nenhum sentido. Esse comportamento gerou afastamento de meus pais e minha família em geral, com exceção do meu avô, Paulo, que também sempre foi um rebelde… hehehehe. Poucos reconhecem, mas os meus questionamentos não são vazios, são (e sempre foram) coerentes, pois percebo que as pessoas seguem e tomam decisões porque seguem modelos prontos ou porque pensam no curto prazo. Tudo mudou quando conheci um grupo que vive em uma Ecovila, o Gemeinde, que promove relações diferentes entre si e com o meio ambiente. Minha identificação com o grupo despertou meu interesse por Sustentabilidade e essa passou a ser a minha missão: disseminar outras formas de relacionamento entre os seres humanos e com a natureza. Siga-me no Galera Cult e fique sabendo mais sobre críticas a sociedade atual e sobre práticas sustentáveis